Ministério dos Livros

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“Terrinhas” foi um livro que me deixou com água desde a sua publicação, tanto pelo facto de ter sido o livro vencedor do Prémio Revelação Agustina Bessa-Luís de 2021, como pela descrição contida na sua sinopse.

As primeiras páginas confirmaram o interesse, porque o livro é de facto muito bom e porque diz muito a este leitor que também é da terrinha e reconhece em grande medida as realidades, os sentimentos descritos na história e a lógica do confronto entre mundo rural e o mundo urbano.

Há várias formas de ler um livro e uma das mais intensas acontece quando o vivemos e nos relacionamos com ele. Comigo aconteceu isso mesmo com este “Terrinhas” e as batatas da terra. Há nesta história muito bem imaginada e muito bem escrita, muito da minha infância, vivida e ouvida, do meu avô Manuel e da minha avó Ilda. Houve muito regresso às memórias, algumas adormecidas há décadas. Só por isso o livro já teria valido a pena.

Confesso que não sei onde termina a criatividade e onde começa algum eventual conhecimento pessoal da autora sobre a realidade relatada, mas a verdade é que o livro está extremamente bem construído a todos os títulos. Percebe-se que foi pensado para que tudo encaixe e para levar o leitor para lá das palavras. 

Não sei quantas leituras vou fazer este ano, mas já sei que “Terrinhas” vai constar entre as melhores. Um verdadeiro prazer percorrer e viver as páginas deste livro!