Ministério dos Livros

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Parece-me impossível pegar neste livro e achá-lo maçador, assim como me parece que, quem lhe pegue, terá muita dificuldade em pousá-lo. Acabará por  deixá-lo a espaços numa prateleira ou na mesa de cabeceira, porque a vida tem de se fazer.
Mas, mesmo pousado o livro fica. Fica o que se leu, matuta-se sobre para onde vai e quer-se desesperadamente perceber onde raio vai chegar aquela mulher.
A história, se calhar mais plausível do que se espera, tem tanto de louco quanto de são. E põe-nos a pensar na vida, em nós, no que nos acontece, no poder que julgamos ter sobre a nós próprias e sobre o que acontece nas nossas vidas.
Há um elemento muito sexual muito marcado desta história, é aquele pelo qual senti menos interesse, para mim serviu apenas para refletir sobre tudo o resto, sobre tudo isto de a vida estar a meio (com sorte), do que já passou e da mulher que sou hoje que não troco por aquela que fui aos vinte.
Recomendo muito este livro, já deve ter dado para entender. Não é preciso compreender a personagem, e preciso ver nela aquilo que tem de nós e há sempre um bocadinho do nosso reflexo ali.
Donzelas acima dos 40 sentirão melhor do que as gaiatas mais pequenas.