Essa coisa de proibirem a venda de livros
No sábado fui fazer as minhas compras da semana logo de manhã. No espaço que costumo frequentar há uma pequena secção de livros e cá fora existe uma papelaria / livraria que tem uma razoável seleção de títulos.
Tendo-me esquecido que os livros foram “proibidos” nos grandes espaços comerciais, dirigi-me, como sempre faço, por alguns minutos ao local onde costumam estar, e só ao dar de caras com uma fila inteira de cadeiras de bebé no seu lugar é que me lembrei que esta semana a rotina não seria possível.
Do lado de fora, na papelaria / livraria, o cenário era ligeiramente diferente. Aqui tínhamos livros, mas de acesso interdito com fitas a delimitar o espaço (foto abaixo), como se estivéssemos perante produtos tóxicos, ou algo do género.
Já aqui manifestei na semana passada a minha posição: acho que, com todas as exceções aprovadas no contexto do confinamento, nem as livrarias nem qualquer espaço de venda de livros deveria estar proibido de o fazer.
Para um leitor a ideia de não poder comprar livros é complicada, mais ainda quando ela é apresentada visualmente desta forma. É contranatura, é quase uma imagem obscena a imagem de prateleiras de livros com sinaléticas de proibição. É colocar os livros num lugar que eles não merecem.