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Ministério dos Livros

Um blog sobre livros e seus derivados

Novidade - "Evangelhos Apócrifos" de Frederico Lourenço

10.10.22

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Mais sobre o livro aqui

Sinopse:

A par dos evangelhos canónicos, existem outros (combatidos a partir do século IV e excluídos no século XVI) que mostram a figura e as ideias de Jesus Cristo sob um prisma muito diferente.

Antes da imposição de uma doutrina única no século iv, o cristianismo caracterizou-se pela diversidade de pensamento. A par dos evangelhos tornados canónicos, circulavam também outros, atribuídos a nomes como Pedro, Tomé e Filipe, que davam a ver a figura de Jesus Cristo sob prismas diferenciados. O Evangelho de Pedro emprega uma palavra que nunca ocorre nos evangelhos canónicos: «discípula». No único evangelho cuja autoria é atribuída a uma mulher (o Evangelho de Maria), a pessoa a quem Jesus confia a sua doutrina não é Pedro nem João, mas sim Maria Madalena. Muitos destes textos permaneceram desconhecidos até à segunda metade do século xx e o seu conteúdo ainda suscita controvérsia. No entanto, os evangelhos apócrifos constituem um estímulo para repensarmos, hoje, o cristianismo de forma menos dogmática e com mais espírito de inclusão.

A finalidade deste livro é dar a ler o material greco-latino em edição bilingue, com um comentário crítico-histórico tão imparcial quanto possível, trazendo esses textos de regresso em toda a sua plenitude, traduzidos das suas fontes originais.

Evangelhos de Tiago, Tomé, Filipe, Maria, Pseudo-Mateus, Pedro, Nicodemos, Natividade de Maria, Relatos da Paixão de Cristo, Narrativa de José de Arimateia, Evangelho dos Egípcios, Místico de Marcos, Evangelho copta de Maria, Relatório de Pilatos, Descida de Cristo aos Infernos, Evangelho de José o Carpinteiro, etc.

Novidade - "Vejam Como Dançamos" de Leïla Slimani; Tradução: Tânia Ganho

10.10.22

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Mais sobre o livro aqui

Sinopse:

1968, Marrocos: Mathilde, alsaciana, e Amine, oficial do Exército marroquino, são um casal com uma longa história atrás de si e um incerto futuro pela frente, à imagem do país onde vivem. Esta é a história de uma família hesitante entre a tradição e a modernidade, protagonizada por uma mulher enredada entre duas culturas, sufocada pelo conservadorismo do país onde escolheu viver e dividida entre a dedicação à família e o amor à liberdade. É também a história de um país que acabou de conquistar a independência e que procura o seu lugar, entre o espartilho religioso e o fascínio pelo Ocidente, entre a repressão e o hedonismo.

Leïla Slimani, uma das vozes mais importantes da literatura francesa, regressa à história da própria família para construir um romance cheio de personagens inesquecíveis e imagens fortes. Retratando um tempo e um lugar em que ressoam os ecos do Maio de 68 e as mulheres encetam o pedregoso caminho da emancipação, a escritora reafirma a sua impressionante destreza narrativa e o olhar clínico sobre a intimidade.

CRÍTICAS
«O mundo deste romance – Marrocos depois da Segunda Guerra Mundial, e a luta pela libertação do colonialismo francês – está magistralmente criado. A vida pessoal, a vida social, a vida de todos os dias saltam da página, plenas de vivacidade, e sentimos as dores da família apanhada no meio do conflito da História. Um romance excecional e poderoso, de uma escritora justamente aclamada.»
Salman Rushdie

 

EXCERTOS
«Mathilde envelhecera […]. A pele do rosto, constantemente exposta ao sol e ao vento, parecia mais grossa. A testa e os cantos da boca estavam cobertos de rugas. Até o verde dos seus olhos perdera o brilho, como um vestido usado demasiadas vezes. Engordara. Para provocar o marido, num dia de calor abrasador, pegou na mangueira do jardim e, debaixo do nariz da criada e dos trabalhadores, regou-se da cabeça aos pés. As roupas colaram-se-lhe ao corpo, deixando ver os mamilos eretos e o velo púbico. Nesse dia, os trabalhadores rezaram ao Senhor, passando a língua entre os dentes enegrecidos, para que Amine não enlouquecesse.»

A wishlist do Ministério atualizada

10.10.22

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Apesar das permanências, algumas já com algum tempo, há muitas entradas novas na wishlist do Ministério.  A falta de tempo impediu-me de fazer uma revisão de alto a baixo, mas é certo que todos os livros apresentados estão nas primeiras escolhas.

Principais notas a registar sobre as entradas novas:

- O novo romance de Celest Ng, “Os Nossos Corações Perdidos” que saiu na semana passada oficialmente e que contará já este mês com tradução em português.

- “The Gray Man” o livro do filme que vi recentemente e sobre o qual falei aqui.

- O novo romance de José Rodrigues dos Santos, “A mulher do Dragão Vermelho” que tem mais uma vez como protagonista Tomás Noronha.

- O novo livro de Henry Kissinger “Leadership”.

- “O Futuro é História” de Masha Gessen. Livro vencedor do National Book Award.

- Dois novos livros da Zigurate plenos de atualidade a lançar em outubro “As Guerras do Trigo” e “Na Cabeça de Xi”.

- “Uma História Laica do Médio Oriente”. Um livro interessante sobre um tema sempre presente.

- “Terrinhas”, o muito elogiado romance da jornalista Catarina Gomes.

- De Leïla Slimani “Vejam Como Dançamos”, o segundo livro da trilogia iniciado com “O País dos Outros”.

- “A Ciência do Clima”, um livro que me pareceu muito interessante sobre a relação da ciência com toda a informação e desinformação que circula sobre o estado do clima.

- “Sobre Isto Ninguém Fala” de Patricia Lockwood. Um livro muito elogiado lá fora que chegou recentemente até nós.

- “And Finally” do médico Henry Marsh. Um livro que vou mesmo querer ler depois de ter lido “Não Faças Mal”, uma absoluta lição de vida, humanidade e realidade.

Muitos outros livros caberiam nesta lista (existe uma segunda e terceira folha), mas estes são os mais votados do momento!