“Comos” de Carl Sagan foi o livro que me desertou há mais de 25 anos para as maravilhas do universo.
Andava eu às voltas com um livro sobre os planetas na biblioteca lá da terra quando um bibliotecário me chamou à atenção para o livro com a frase (mais ou menos assim) “Se gostas de planetas e estrelas tens de ler o “Cosmos”, e foi-me buscar o livro. Uma edição já bastante gasta, para a qual me alertou que deveria ter cuidado.
Lembro-me que estávamos em vésperas das férias grandes e que levei o livro para ler. Li-o todo de rompante, mas apenas compreendi uma parte. A parte engraçada é que foi o facto de ter apenas percebido uma parte que me despertou o entusiasmo pela astronomia, entusiasmo que que dura até hoje.
Alguns anos mais tarde, já na universidade, comprei o meu próprio “Cosmo” num alfarrabista no Chiado (na extinta “Barateira” para ser exato). Era uma edição já muito usada, mas que sempre estimei muito. Voltei a ler a maior parte no livro nessa altura.
Quando fiz obras há uns anos uma das caixas de livros apanhou água no fundo. Quatro livros ficaram muito afetados (os do fundo) e por azar “Cosmos” foi um deles. Acho que apesar de tudo o que correu mal nas obras, a inutilização do livro foi das coisas que deixou mais chateado. Embora não tenha tido coragem de o deitar fora, estava sem sequer poder ser folheado.
Aqui há umas semanas, numa hora de almoço, a minha esposa ouviu-me na cozinha a fazer uma festa sozinho e veio ter comigo. Não era nada demais... era apenas eu a abrir a encomenda da Gradiva onde vinha o meu exemplar novinho em folha de “Cosmos”. Uma grande alegria que muito agradeço à Gradiva.
Pela primeira vez tenho um “Cosmos” novinho que foi colocado num lugar de devido destaque na minha biblioteca. O mesmo lugar de destaque que tem na minha memória dos livros mais importante que li.