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Ministério dos Livros

Um blog sobre livros e seus derivados

Novidade - "O Guardião - Agente Secreto do Vaticano - Volume V - A Incubadora do Diabo" de Yves Sente; Ilustração: Francois Boucq

17.04.22

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Mais sobre o livro aqui

Sinopse:

Quem são os caçadores de nazis que seguem na peugada de Vince? Quem são os verdadeiros dirigentes da Ordem da Renovação do Templo? Quem é esse irmão gémeo, supostamente morto, reaparecido nas fileiras dos seus inimigos?

Tudo questões a que o terceiro guardião terá de dar resposta, no inferno húmido do mangal mexicano.

Novidade - "Senso Comum e Outros Panfletos" de Thomas Paine

17.04.22

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Mais sobre o livro aqui

Sinopse:

O livro que inspirou a Revolução Americana e um dos documentos mais fascinante da idade das revoluções.

Senso Comum é um panfleto escrito por Thomas Paine e publicado anonimamente em 1776, nos primeiros tempos da Revolução Americana.

Paine advoga a Independência que, na altura, nem sequer era uma ideia muito considerada pela população insatisfeita com a governação britânica que tratava de forma diferente os colonos e os cidadãos britânicos. Na base das suas propostas está a possibilidade de criação de um sistema de governo igualitário. Para o justificar, Paine reúne argumentos políticos, morais e religiosos.

O sucesso foi imediato: o panfleto tornou-se no livro mais vendido de sempre na colónia e, em termos de proporcionalidade com a população americana da altura, é, ainda hoje, o livro mais vendido nos Estados Unidos da América.

Poemas de Livros

17.04.22

Cópia de MINISTÉRIO dos LIVROS (80).png

Este é o Prólogo

Deixaria neste livro
toda minha alma.
Este livro que viu
as paisagens comigo
e viveu horas santas.

Que compaixão dos livros
que nos enchem as mãos
de rosas e de estrelas
e lentamente passam!

Que tristeza tão funda
é mirar os retábulos
de dores e de penas
que um coração levanta!

Ver passar os espectros
de vidas que se apagam,
ver o homem despido
em Pégaso sem asas.

Ver a vida e a morte,
a síntese do mundo,
que em espaços profundos
se miram e se abraçam.

Um livro de poemas
é o outono morto:
os versos são as folhas
negras em terras brancas,

e a voz que os lê
é o sopro do vento
que lhes mete nos peitos
— entranháveis distâncias. —

O poeta é uma árvore
com frutos de tristeza
e com folhas murchadas
de chorar o que ama.

O poeta é o médium
da Natureza-mãe
que explica sua grandeza
por meio das palavras.

O poeta compreende
todo o incompreensível,
e as coisas que se odeiam,
ele, amigas as chama.

Sabe ele que as veredas
são todas impossíveis
e por isso de noite
vai por elas com calma.

Nos livros seus de versos,
entre rosas de sangue,
vão passando as tristonhas
e eternas caravanas,

que fizeram ao poeta
quando chora nas tardes,
rodeado e cingido
por seus próprios fantasmas.

Poesia, amargura,
mel celeste que mana
de um favo invisível
que as almas fabricam.

Poesia, o impossível
feito possível. Harpa
que tem em vez de cordas
chamas e corações.

Poesia é a vida
que cruzamos com ânsia,
esperando o que leva
nossa barca sem rumo.

Livros doces de versos
são os astros que passam
pelo silêncio mudo
para o reino do Nada,
escrevendo no céu
as estrofes de prata.

Oh! que penas tão fundas
e nunca aliviadas,
as vozes dolorosas
que os poetas cantam!

Deixaria no livro
neste toda a minha alma…

(Federico García Lorca, in ‘Poemas Esparsos’)