Mais sobre o livro aqui
Este livro tornou-se uma leitura porque caiu-me literalmente em cima (não é a primeira vez que me acontece).
Na sexta feira no final do dia estava a arrumar alguns livros nas prateleiras e este estava por cima de outros que retirei e acabo por cair. Lembrei-me que o comprei a com a clara intenção do o ler de imediato, depois de ler uma notícia sobre o autor, o pensador e ambientalista Ailton Krenak, mas tal acabou por não aconteceu.
Como estava com tempo (final do dia), sentei-me e comecei a ler. Como é um livro pequeno, quando dei por mim ia quase a meio.
Este pequeno livro é acima de tudo uma mensagem e um grito de revolta contra o mundo que conhecemos e do qual temos extrema dificuldade em abdicar. É ainda um livro que coloca o ser humano num patamar muito mais baixo daquele em que nos autocolocamos. Somos, em resumo o mal do planeta Terra.
O autor coloca em causa todo o modelo de sociedade ocidental assente no capitalismo consumista e por consequência na exploração de recursos. Paralelamente desconstrói a ideia da utilidade da vida (m sentido lato), colocando-a a uma dimensão muito abaixo da que apregoamos.
“Ninguém come dinheiro” é uma frase que também se pode ler neste livro, e acaba por ser um bom resumo para os perigos que corremos no futuro. É simples: se não existirem alimentos podemos ter todo o dinheiro do mundo que não servirá para nada.
Em bom rigor este é um livro incómodo para todos aquele que como eu vivem no mundo dito desenvolvido, consumista, no sentido em que nos alerta para a insustentabilidade a longo prazo do modelo. Ninguém gosta de pensar nisso, mas a verdade é que, exageros à parte, especialmente em relação ao modo devia que devíamos adotar, existe um enorme fundo de verdade, e de preocupação, nas ideias do autor. E há um ponto importante em que o autor tem muita razão: a mundo de amanhã depende de todos nós e não só de governos e empresas.
Este é um livro que, no mínimo, nos deve por a pensar seriamente sobre o mundo que temos e fazemos e sobre o mundo dos nossos filhos quando tiverem a nossa idade. A única ideia que não serve é a que tem servido até aqui... a de que já cá não estaremos para ver. Se puderem leiam e vão perceber o que quero dizer.