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Ministério dos Livros

Um blog sobre livros e seus derivados

Novidade - "O Poder da Destruição Criadora" de Philippe Aghion, Simon Bunel e Céline Antonin

21.12.21

+98.jpgMais sobre o livro aqui

Sinopse:

A destruição criadora, uma ideia proposta por Joseph Schumpeter nos anos 1940, inspirada por sua vez nos escritos de Karl Marx sobre a obsolescência do capital, é o processo pelo qual as novas tecnologias vão substituindo as existentes, que se tornam obsoletas.

Este livro convida a repensar a história e os enigmas do crescimento através do prisma da destruição criadora e a pôr em causa um grande número de ideias preconcebidas, entre as quais:

Porque é que as revoluções tecnológicas e a automatização criam mais emprego do que aquele que destroem.
Porque não é o imposto o único meio de tornar mais justo o crescimento.
Porque não é a industrialização uma fase indispensável no processo de desenvolvimento.
Porque não é a taxa de carbono a única alavanca de um crescimento mais verde.
Porque é que, com políticas públicas adequadas, a destruição criadora não prejudica a saúde e a felicidade.
Porque é que a inovação precisa do mercado, do Estado, mas também de uma intervenção ativa da sociedade civil.

Críticas
 
«Este livro é uma leitura essencial para empresários e políticos por múltiplas razões. Destrói ideias preconcebidas e muitas vezes veiculadas por populistas à esquerda e à direita do espectro político.»
Carlos Moedas, ex-Comissário Europeu para a Investigação, Ciência e Inovação

 

Neste Natal, mais do que livros, ofereça leitura

21.12.21

Cópia de MINISTÉRIO dos LIVROS (64).png

Estamos na semana da corrida final aos presentes de Natal. Todas as lojas estão cheias, incluindo as livrarias, o que é, naturalmente de saudar.

O último trimestre do ano é o mais representativo nas vendas de livros, e o período do Natal o mais forte (segundo os dados que tenho). Visto isoladamente, este fenómeno de vendas de livros na quadra natalícia até faz parecer que Portugal é um país que lê. Sabemos que não é bem assim.

A ideia que tenho, e que já confirmei em diversas ocasiões, a última das quais a semana passada (falarei sobre isso na próxima semana para não quebrar o espírito natalício), é que, para muita gente, o livro é “um novo tipo de meias” enquanto presente porque responde à pergunta “o que oferecer?” e fica sempre bem a quem oferece, porque afinal é suposto estar a fomentar um hábito reconhecidamente positivo.

Então qual é o problema? O problema, acredito, é que muitas pessoas que oferecem livros não são leitoras e quem os recebe também não é. É apenas um presente que vai para um local diferente das meias e com menos utilidade.

Recentemente esta ideia foi-me confirmada por uma livreira. Muitas pessoas procuram livros sem qualquer critério. “É um livro. Sobre o quê? Não interessa, quem quer ler lê qualquer coisa, certo?”, parece ser uma ideia frequente.

Faço notar que não defendo, de forma nenhuma, que de deveriam oferecer menos livros, antes pelo contrário, acho que se deveriam oferecer mais. Aquilo que defendo é uma maior atenção ao tema, ou seja, um cuidado adicional quando se oferece um livro. Da mesma forma que se procura acertar no tamanho da camisola, devia-se procurar acertar no livro, um livro sobre algo que alguém possa ter interesse é o equivalente ao número certo da camisola.

Pode parecer difícil, mas muitas vezes não é. Podem bastar duas coisas: saber um pouco sobre os gostos e interesses da pessoa e pedir ajuda a um(a) livreiro(a). Eu acredito que há um livro para toda a gente, e oferecer um livro sobre algo que quem recebe gosta pode ser meio caminho andado para potenciar a leitura.

Em resumo, o meu desejo para este neste Natal é que quem pretenda oferecer um livro faça um esforço adicional e tente oferecer leitura. Pode parecer a mesma coisa, mas é algo bem diferente.