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Desde que comecei aqui a escrever sobre a minha experiência com audiolivros, em particular nas minhas corridas, recebi várias mensagens e emails com pedidos de informação e também com experiências partilhadas semelhantes à minha.
No entanto, mais recentemente recebi uma mensagem e um email de duas pessoas que se manifestavam algo melindradas porque para elas o audiolivro não parece funcionar como funciona para mim, desde logo porque não se conseguem concentrar no que estão a ouvir. Uma das pessoas praticamente acusou-me de ser mentiroso, já que segundo ela, não é possível correr e ouvir um audiolivro ao mesmo tempo. Escreveu inclusive que eu utilizo essa tática para aumentar de forma falsa o meu número de leituras.
Normalmente não dou grande valor a opiniões mal fundamentadas e quase ofensivas (que felizmente são pouco comuns), mas neste caso, sendo um tema que me é caro gostaria de deixar duas ou três notas que me parecem importantes:
- O facto de algo resultar para mim não que dizer que resulte para outras pessoas. Eu aprendi a gostar de ouvir audiolivros e consegui coligá-los com outra atividade que também adoro, correr. Ouço também noutras ocasiões, como por exemplo quando vou passear os cães, mas acima de tudo, são um aliado das corridas.
- Eu nunca referi que se trata de uma receita universal. Mais uma vez, é algo que resulta comigo, mas que pode não resultar com outras pessoas. Tenho uma leitora frequente do blog que me indicou que, apesar de fazer caminhas frequentemente, não consegue ouvir audiolivros porque precisas de estar sossegada para se concentrar. Compreendo perfeitamente. Tenho colegas que consegues trabalhar normalmente a ouvir rádio, eu não consigo de maneira nenhuma porque não me consigo concentrar. Cada um é como cada qual.
- Não entendo as pessoas que leem aquilo que outros escrevem como regras. Neste espaço não há regras ditadas a ninguém, sobre nada, nem sobre os livros nem sobre como os podem ler ou ouvir. No máximo há sugestões, recomendações e ideias que outros leitores podem, se assim entenderem, aproveitar, sendo que, no final, podem, como muitas vezes fazem, vir aqui dizer “não gostei assim tanto deste livro como você gostou”, ou o contrário.
Em relação aos audiolivros aplica-se também o que escrevi acima. Eu partilhei aqui algo que resulta comigo e de que gosto. O leitor pode achar que vale a pena experimentar, pode identificar-se porque também o faz, pode dizer isto não é para si, e pode já ter experimentado e não ter apreciado. Como em tudo, todas as perspetivas são válidas, não vale a pena levantar problemas onde não existem. Aqui não há verdade absolutas. Ou melhor, há só uma: seja em formato for, os livros são essenciais.