Ministério dos Livros

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Sinopse:

As novelas de Stephen King têm um lugar muito especial no corpo literário do autor, ficção curta mas igualmente impressionante, histórias que permanecem com o leitor muito tempo depois de terminada a leitura. Várias destas novelas têm sido adaptadas ao cinema, com grande sucesso - destacamos Conta Comigo, com o saudoso rosto de criança de River Phoenix, e Os Condenados de Shawshank. O vasto raio de ação de King está patente de forma espetacular nestas quatro peças literárias que agora são publicadas. Na novela que dá título à coleção, Holly Gibney (que conhecemos da trilogia Sr. Mercedes e de O Intruso) terá de enfrentar os seus medos e, possivelmente, um novo intruso - desta feita, sozinha.

Em «O Telefone do Senhor Harrigan», uma amizade intergeracional ganha uma perturbadora vida após a morte. «A Vida de Chuck» explora como cada um de nós, individualmente, guarda dentro de si uma multidão de rostos. Em «A Ratazana», um escritor à procura de uma oportunidade debate-se com o lado negro da sua ambição. E se um dos grandes temas de King é a ideia do Mal, há dele quanto baste em Se Tem Sangue; mas também o seu oposto, que na ficção do autor se manifesta muitas vezes através da amizade. King recorda-nos que os prazeres do quotidiano são ainda mais gloriosos porque são fugazes, fugindo muitas vezes aos nossos olhos após o deslumbramento.

É nestes momentos das narrativas que o mérito literário de Stephen King para descrever a alegria mais pura só encontra rival no mérito literário que exibe quando nos quer verdadeiramente assustar.

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Sou leitor frequente dos livros de José Rodrigues dos Santos há muitos anos, e inclusive já aqui escrevi sobre isso mesmo à margem das leituras que fui fazendo.

Uma das razões que contribuiu, e muito, para o meu apreço pelos seus livros prende-se com a forma como, em particular nos livros de Tomás Noronha, José Rodrigues dos Santos nos apresenta um tema que quer desenvolver e o encaixa numa história.

Este “Jardim dos Animais com Alma” não é exceção, e é, de todos os seus livros, aquele que tem um tema, e também uma mensagem, mais forte, porque diz respeito a todos nós.

A ideia de base do livro é apresentar-nos os animais numa perspetiva diferente daquela a que estamos habituados, no que toca à sua inteligência e consciência, fazendo uma ligação ao comportamento humano no que este tem de pior e como se revela nas ações nefastas sobre o nosso planeta.

O leitor terá oportunidade de perceber como os nossos comportamentos em relação à vida animal, desde logo na vertente alimentar, contribuem de sobremaneira a degradação ambiental que conhecemos e que vemos (erradamente) associada maioritariamente aos combustíveis fósseis.

A história, ainda que bem construída, é acima de tudo um veículo que nos passar um conjunto de informação que desconhecemos, não estamos alertados, ou, se calhar, preferíamos não saber no que diz respeito ao comportamento animal. É Tomás Noronha que nos passa a mensagem, mas também o autor numa contundente nota final.

É provável que muitos olhem para o que o livro descreve como exagerado, tirado de contexto, no entanto é inquestionável a veracidade do que é referido independentemente da dimensão que tenha. A esmagadora maioria dos dados apresentados são dados científicos.

Não quero entrar em detalhes, mas há uma pergunta que é formulada e para a qual é muito difícil a resposta: porque razão no mundo animal o meu cão que está ali deitado no sofá é uma coisa e a vaca que deu o bife que comi ao jantar e outra completamente diferente? Não tenho argumento válido para isso, e sinto-me efetivamente hipócrita se pensar bem no tema.

Alerta sploiler: este é um livro que deve ler, mas que não sei se vai querer ler, porque, se for bem entendido, o vai obrigar a fazer um profundo exercício de reflexão sobre muito do que tem por adquirido. Eu assumo que me senti hipócrita e que estou empenhado em fazer algo diferente. Provavelmente não conseguirei deixar de ser hipócrita, mas quero tentar ser menos.

Este é um livro no melhor de José Rodrigues dos Santos. Se não gosta muito de ficção, pode ler este livro mesma, e será um dos livros com mensagens mais importantes que irá ler a breve prazo. Pode não gostar, mas isso não que dizer que não sejam verdadeiras.