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Ministério dos Livros

Um blog sobre livros e seus derivados

Novidade - "De maneira que é claro..." de Mário de Carvalho

29.09.21

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Mais sobre o livro aqui

Sinopse:

Relances breves, aleatórios, reminiscências evocadas entre lacunas e ao correr da pena, mas que a memória quis preservar. A infância entre as ruas da Graça e da Penha de França, as férias em Alvalade, o Liceu Camões e o Gil Vicente, os amigos, os companheiros, o Cavaleiro Andante e o Sitting Bull, os pais, os primos, a consciência política e a surpresa da prisão do pai. A faculdade, os movimentos associativos, a Pide e o PCP, os encontros clandestinos, a prisão e o exílio. Espanha, França, Suécia, e Portugal à espera do 25 de Abril.
Memorabilia: «Factos ou coisas dignos de memória ou que se guardam como lembrança.» Memória hábil, a de Mário de Carvalho, que em fragmentos se nos dá por inteiro.

Críticas de imprensa
 
A escrita é a que já lhe conhecemos bem, cultivando discrição e ironia, rigor, clareza e, aqui mais do que nunca, espírito de síntese. Ou seja: ouve-se a voz de Mário de Carvalho. […] Sem organização cronológica, este volume é um puzzle desarrumado de peças. Uma vida, afinal.

Pedro Dias de Almeida, Visão

Mário de Carvalho vai escrevendo pequenos textos sobre momentos que fizeram a sua vida. Alguns deles são picantes, outros melancólicos, todos especiais.

Francisco José Viegas, Correio da Manhã

Leitura - "A Balada do Medo" de Norberto Morais

29.09.21

Cópia de Uma das últimas compras (25).png

Mais sobre o livro aqui

Antes do desafio lançado pelo Clube de Leitura do PNL para setembro, apenas conhecia a capa deste livro, nada mais. Hoje, terminado o desafio, fica com uma das melhores leituras que fiz este ano. Encarei o livro com algumas reticências, mas elas desapareceram ao fim de meia dúzia de páginas. Não é preciso ler muito para perceber que é um excelente livro.

“A Balada do Medo” não é um daqueles livros em que o autor teve uma ideia, sentou-se e escreveu até terminar essa ideia (sem desprimor, pois há muitos e bons livros escritos dessa forma). É um livro esculpido, trabalhado, ao pormenor e ao detalhe, com minucia, ou pelo menos foi assim que o recebi e interpretei.

Ler a história de Cornélio Santos Dias de Pentecostes, percorrer as suas emoções, sentimentos, medos, foi, antes de mais uma agradável surpresa e depois uma experiência de leitura altamente prazerosa.

Como já referi, a história foi esculpida ao detalhe, no caso a partir de um momento, no mínimo inaudito: ao regressar a casa, depois de meses fora, Cornélio de Pentecoste é confrontado com o anúncio da sua morte. A partir da é a criatividade do autor a dar asas às mais variadas peripécias.

Uma nota curiosa para o facto deste livro me ter feito repetir, em bom, muito do que experienciei com a leitura de “Memórias Póstumas de Brás Cubas” de Machado de Assis.

Não quero ser repetitivo, mas apenas posso registar que é uma leitura a não perder, e ao mesmo tempo agradecer ao Clube de Leitura do PNL2027 por mais uma oportunidade de descobrir um grande livro. Muito bom, mesmo.