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Ministério dos Livros

Um blog sobre livros e seus derivados

Novidade - "Pessoas Comuns" de Diana Evans

14.07.21

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Mais sobre o livro aqui

Sinopse:

O livro abre com uma festa particular de celebração pela primeira eleição de Barack Obama. A lista de convidados compõe-se de pessoas interessantes, bonitas, talentosas, promissoras, e bem-sucedidas, entre os 30 e os 40 anos. Aqui encontramos pela primeira vez o casal formado por Melissa e Michael: ele, um executivo de ascendência jamaicana; ela, jornalista de ascendência nigeriana. Têm dois filhos pequenos e sentem já o efeito da erosão do tempo e do quotidiano na relação. Também em Londres, mais a sul, vivem os amigos Stephanie e Damian: ele, filho de um ativista político de Trinidad; ela, filha de um empresário branco e de mãe indiana. Têm três filhos. São estas as principais personagens e é através delas que se faz a astuta observação do casamento moderno, da maternidade e da paternidade.

O título original do romance, Ordinary People, decalca o de uma canção de John Legend, em que se cantam as fases que se seguem aos ardores da paixão. Mas este livro não é só sobre isso: traz também à superfície as questões de raça, geração, género, e as pressões múltiplas sobre o sentido de identidade, pessoal e cultural. Um magnífico retrato da Londres moderna e da sua classe média negra.

Críticas de imprensa
 
«Um filme não conseguiria captar a energia pura e a efervescência da prosa triste e divertida, magnífica de Evans.»
The Guardian

«Com uma observação astuta do casamento e da maternidade e paternidade, com sublimes descrições de sexo e toda uma playlist a acompanhar, este romance é tudo menos comum – é uma preciosidade.»
Library Journal

«Profundo e viciante, é um romance sobre homens e mulheres perdidos nas crises e nos fantasmas do início da meia idade.»
Booklist

«Há qualquer coisa de radical na maneira como Evans representa a vida de(stes) adultos negros – uma maneira fiel, completa e serena.»
Financial Times

«Evans é uma escritora soberba.»
The Daily Telgraph

«As melhores cenas de sexo desde Expiação de McEwan (…) e a perspicácia sardónica de Updike em Casais Trocados.»
The Observer

«Um retrato lírico da Londres contemporânea.»
Sunday Times

«[Evans] é excelente nos diálogos e também uma cronista emotiva de Londres em todos os seus estados de alma e disfarces.»
Daily Mail

«Cintilante, rico, complexo e serenamente radical. Um prazer da primeira à última página.»
Literary Review

«Evans é uma escritora soberba. A sua prosa é sempre magnífica.»
Daily Telegraph

«Uma escrita excecionalmente sensitiva. O livro tem uma atmosfera melancólica, aveludada. Pessoas Comuns também oferece um desenho preciso da classe média negra britânica e uma reviravolta ousada no quinto ato.»
The New Yorker

Leitura - "A Biblioteca da Meia-Noite" de Matt Haig

14.07.21

Cópia de Uma das últimas compras (13).png

Mais sobre o livro aqui

Normalmente quando termino o último paragrafo de um livro já tenho formulada a minha apreciação geral sobre o mesmo, por vezes até bem antes disso. Não foi o caso com este “A Biblioteca da Meia-Noite” de Matt Haig. Neste caso senti a necessidade de mastigar um pouco o que li antes de formular a minha opinião.

Antes de mais é preciso dizer que, com tudo o que tinha lido, a expetativa era elevada, bastante elevada. Para todos os efeitos foi o livro de ficção de 2020 na escolha dos leitores do Goodreads Choice Awards e depois disso já tinha lido, de leitores portugueses, várias críticas muitas boas desde a publicação em português.

Em resultado do referi anteriormente, é possível que, mais uma vez, tenha criado uma expetativa demasiado elevada, ou errada, à cerca do livro, apesar de que, é preciso dizê-lo, o livro tem efetivamente muita qualidade. Que não fiquem dúvidas sobre isso.

A história tem um ponto de partida extremamente original, a ideia de que alguém, Nora, no caso, quando entre a vida e a morte pode aceder a um local, uma biblioteca, onde tem livros infinitos sobre variações da sua vida que poderá experimentar até encontrar a “vida perfeita”.

A escrita do autor não é sublime, é de qualidade com muitos traços de normalidade, a construção da história não tem reviravoltas nem “gatos escondidos”, e as personagens são, por assim dizer, banais.

O (a) leitor(a) deste post pode pensar que o que acabei de escrever no parágrafo anterior é uma crítica negativa, no entanto não é, e é aqui que entra a parte mastigar um pouco o que li. O livro não é uma fantasia sobrenatural, é antes uma mensagem que o autor passa através da forma “normal” como nos conta a história, aproximando-a dos mortais, dos sentimentos das pessoas reais no dia a dia, que muitas vezes deambulam entre o desespero, a procura da felicidade, a ausência de autoestima, e não valorização das pequenas coisas.

O que Matt Haig nos dá, se quisermos de forma brilhante, neste livro é uma oportunidade de reflexão sobre as nossas vidas, a que vivemos e todas as que podíamos ter vivido, mas com uma nota de importância e de alguma esperança para a possibilidade de fazermos sempre algo de diferente que nos tire da amargura dos piores dias. Desse ponto de vista acho que é um livro 5 estrelas, e se assim analisado, não desilude.

Não vou adiantar muito mais assunto sobre o livro, Tudo o que posso dizer é leiam, acompanhem Nora Seed, façam a viagem com ela, calcem os sapatos dela, e tirem as vossas conclusões. Diria que não se vão arrepender.