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Ministério dos Livros

Um blog sobre livros e seus derivados

Novidade - "Autobiografia Não Autorizada" de Dulce Maria Cardoso

15.06.21

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Mais sobre o livro aqui

Sinopse:

Três anos depois de Eliete, finalmente um novo livro de Dulce Maria Cardoso. As muito celebradas crónicas que saíram na Visão são de uma intimidade sem precedentes na obra da autora: pessoais, memorialísticas, transparentes, e tão depuradas que se tornam universais, abrindo lugar para cada um de nós. Como uma poltrona que «é moldada, dia após dia, pelo peso de um corpo, transformando-se no seu ninho».

Releituras

15.06.21

Cópia de MINISTÉRIO dos LIVROS (4).png

Tenho de começar por confessar que nunca fui muito adepto de releituras. Mesmo naqueles casos em que adoro verdadeiramente um livro raramente sinto uma grande vontade de o voltar a ler integralmente, e aqui, friso bem integralmente, porque me acontece voltar a ler partes, especialmente de livros de não ficção para confirmar, ou revisitar, partes que me interessam.

Até há pouco tempo atrás recordo ter relido apenas um livro, “O Principezinho” que, no caso, vale por dois, porque no total já o li três vezes ao longo da minha vida, sendo que a última foi no ano passado e a primeira quando tinha os meus 14 anos.

Este ano no início do ano, e por via de um audiolivro, voltei a reler/ouvir “Hamlet” de Shakespeare, cerca de 20 após ter lido a primeira vez. Mais recentemente, em concreto no mês passado, e no âmbito do Clube de Leitura do PNL 2027, reli o livro de Gabriel García Márquez, “Amor nos Tempos de Cólera”.

Isto tudo para dizer que, aos poucos, a minha perspetiva sobre as releituras tem vindo a mudar. Mantenho a ideia de que, com tantos livros para ler, as releituras ocupam tempo precioso que podia ser consumido pela leitura de novos livros, no entanto, há um encanto particular em reler um livro, especialmente dos bons, passados muitos anos da primeira leitura.

Na verdade, é como se apenas uma parte da pessoa que leu o livro num primeiro momento o estivesse a reler, porque a outra parte é nova, é resultando de um processo de crescimento, de experiências, de vivências que condicionam o segundo olhar sobre o livro.

Na minha releitura de “Amor nos Tempos de Cólera” a realidade que refiro ficou para mim evidente. Apesar de me recordar perfeitamente da primeira leitura, tenho perfeita noção que vinte anos volvidos e muitos livros depois, consegui degustar o livro de outra forma e identificar nele um conjunto de qualidades que da primeira vez me passaram despercebidas.

Dito isto, considero mudar de perspetiva em relação à realização de releituras, seja por via de leitura efetiva, ou por via de audiolivro. Este ano já fiz duas e estou em processo de seleção para fazer mais uma. De preferência outro livro que tenha lido há muito tempo, porque acredito que o efeito é sempre mais forte. Vivendo e aprendendo.