Ministério dos Livros

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Em Estrella, David cresceu, tornando-se um rapaz de dez anos com um talento inato para o futebol e que adora jogar à bola com os amigos. O seu pai, Simón, e Bolívar, o cão, assistem habitualmente aos jogos, enquanto a mãe, Inés, trabalha numa boutique. David continua a fazer muitas perguntas, desafiando os pais e qualquer figura de autoridade que surja na sua vida. Nas aulas de dança da Academia de Música, David dança a seu bel-prazer. Recusa-se a fazer somas e não lê livro algum a não ser o Dom Quixote. Um dia, Julio Fabricante, o diretor de um orfanato, convida David e os amigos para formarem uma equipa de futebol a sério. David decide deixar Simón e Inés para ir viver com Julio no orfanato, mas passado pouco tempo sucumbe a uma misteriosa doença.

Depois de A Infância de Jesus e Jesus na Escola, J. M. Coetzee completa a sua inquietante trilogia com uma nova obra-prima, A Morte de Jesus, onde continua a explorar o significado de um mundo destituído de memória mas transbordante de perguntas.
As traduções são assinadas por J. Teixeira de Aguilar.

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A tradutora deste livro, a também escritora, Tânia Ganho, escreveu no seu Instragram que este teria sido um dos livros mais “estranho, inteligentes e divertidos” que teve oportunidade de ler e traduzir. Depois de o terminar percebo perfeitamente as suas palavras.

Da minha parte, não posso garantir que será um dos melhores livros que irá ler, mas posso assegurar que será um dos mais originais. Este livro é, por assim dizer, uma verdadeira “Anomalia”, no sentido que podemos encontrar no dicionário “o que se desvia da norma, da generalidade”, em bom, em muito bom, importa salientar. É um livro carregado de imaginação, capacidade de escrita e articulação de ideias.

Dentro desde livro, e através da narrativa e dos seus personagens, o(a) leitor(a) pode encontrar um triller, um romance, um drama, pequenos laivos de comédia, ficção científica, entre outros géneros, assim como um uma base de existencialismo, sempre com uma linha condutora brilhantemente bem conseguida.

Embora não pretende de modo algum desvendar a essência do livro, registo apenas que a base de partida é um acontecimento muito estranho que tem lugar com um voo de Air France de Paris para Nova Iorque e a forma como este irá alterar a vida dos seus passageiros, e não só. Mais não digo, a não ser que é melhor ler para perceber.

Três notas adicionais, a primeira para reforçar que não tenho dúvida alguma que foi um dos livros mais interessantes que li nos últimos tempos, e certamente um dos mais imaginativos, a segunda para dizer que também não tenho dúvida de que se o voltar a ler vou encontrar aspetos que me escaparam numa primeira leitura (porque é esse tipo de livro), a terceira para referir que achei o final muito bem conseguido.

E é isto. Se ainda não escolheu os livros para as férias coloque este no topo da lista!