Ministério dos Livros

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Sinopse:

Passados 50 anos sobre a data desta temerária operação militar, cumpridos em 2020, e 60 sobre o início da Guerra Colonial, assinalados neste ano de 2021, a reedição deste livro, publicado há década e meia, é uma oportunidade para reviver um acontecimento que nem consagra heróis, nem renega o passado histórico.

«O homem é o homem e a sua circunstância», escreveu Ortega y Gasset. A frase aplica-se como uma luva aos homens que aqui são referidos, a maioria já desaparecida. Aos que atacaram a cidade de Conakry, aos que a defenderam e aos que foram libertados por aquela acção ilegal à luz do direito internacional.

Aqui fica, com a objectividade possível, a história de uma operação secreta realizada pelo exército português num país estrangeiro, nunca reconhecida até hoje pelo Estado português.
Nome de código: Mar Verde.

“Podem até achar que sim, mas vocês não sabem bem o que é a liberdade (pausa) pelo simples facto de que não sabem o que é não a ter”.

Esta frase foi dita por um professor que tive no secundário quando nos tentava explicar aos pontos relativos ao 25 de abril. Eu tinha os meus quinze ou dezasseis anos e estávamos na primeira metade dos anos 90, mas foi a primeira vez que fiquei a pensar verdadeiramente sobre o tema, mais ainda porque o professor em causa acrescentou:

“Sabem qual foi uma das grandes conquistas do 25 abril? Os livros!”

Lembro-me que aquelas palavras, e a explicação que se seguiu sobre os livros e os autores proibidos pela censura, ajudaram um miúdo de 16 anos a ter uma perceção da realidade que até então nunca lhe ocorrera.

Até hoje, nesta data, quando me lembro dessas palavras não consigo deixar de ligar os pontos entre o 25 de abril, a liberdade e os livros, e por ser um privilegiado por gozar abundantemente de ambos.