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Tenho poucos bens materiais, e nenhum de valor significativo, mas se me perguntarem qual é o de maior valor, a resposta é fácil: a minha pequena biblioteca.
Não se trata de uma escolha em função do seu valor monetário, mas sim de uma escolha em função da importância atribuída e do que ela representa para mim.
Desde logo representa um sonho de miúdo, que começou a ser construído há mais de duas décadas atrás. Hoje é ainda um projeto em curso, que, sei, nunca será terminado.
Apesar de não estar organizada ou catalogada, tenho a localização exata de quase todos os livros que a compõem. Há livros com mais de 60 anos e outros que saíram há uma semana. Todos fazer partem.
Em muitas ocasiões a minha biblioteca é o meu jardim zen. É a ela que recorro quando presido de me distrair, de limpar a cabeça. Muitas vezes basta tirar um livro de uma prateleira, folheá-lo, ficar ali a ler umas linhas e a abstrair-me da realidade. Comigo funciona.
Gosto também de sentir o cheiro dos livros mais velhos, com marcas da idade, pensar por onde passaram nos seus mais de 50 anos de vida. São uma das marcas que mais aprecio na minha biblioteca.
Há depois também aqueles momentos em que passo por um livro que queria muito ler, mas já comprei há mais de 2 anos. Ainda ali está e foi ultrapassado por muitos outros. Mudo-o de local e digo para comigo, “vou lê-lo em breve”.
Á medida que voo ficando com falta de espaço para novos livros, penso como será a minha biblioteca daqui a 20 anos. Onde os vou por, é a pergunta que me assalta, isto porque deixar de aumentar a biblioteca está fora de questão. Já comecei a fazer contas aos espaços que tenho entre cada prateleira. Aquele espaço que sobre entre uma fila de livro e a prateleira de cima. Pelas minhas contas, todos os espaços somados, deve dar para um ano. Depois logo se vê...
Enfim, escrever sobre este tema dava pano para mangas, mas acho que desse lado haverá muitos leitores que partilham destas dores. Não importa se a biblioteca tem 200, 500, ou 5000 livros. É sempre a nossa biblioteca.