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O contexto pandémico atual torna difícil identificar pontos positivos que dele decorrem. Por vezes pode até parecer uma “heresia” dizer que há coisas boas a acontecer devido à pandemia.
No meu caso, um dos pontos positivos que identifico, decorrente do facto de estar quase há um ano a trabalhar a partir de casa, é o facto de isso ter alterado os meus hábitos, e, acredito, em consequência a minha capacidade de leitura à noite.
O facto de hoje não despender duas horas diárias no trânsito, e apesar de uma parte desse tempo ser passado a trabalhar ou com outras tarefas, permite-me ter um menor desgaste diário.
Já aqui escrevi no passado que, nos últimos tempos (anos), à noite, e em particular quando vou para a cama, a leitura passou a ser uma raridade, não pela falta de tempo, mas porque simplesmente apagava ao fim de 5 minutos, literalmente. Caia para cima do livro.
Nos últimos meses, creio que em resultado do que referi acima, esta situação tem-se alterado e tenho conseguido ler mais, sem cair, ao deitar. Ainda ontem consegui estar a ler no final do dia quase uma hora, sem adormecer.
Infelizmente esta alteração não me tem permitido ler mais, no global, porque tenho tido menos tempo ao longo do dia, mas consegui algo importante: retomar um hábito antigo de efeitos terapêuticos.
A ato de ler no final do dia, antes de adormecer foi sempre algo importante para mim porque me permitia acalmar, tranquilizar. A leitura para mim tem esse efeito e nos últimos anos tinha sido perdida. Sinto genuinamente que, quando consigo ler pelo menos 30 minutos antes de dormir, durmo melhor, mais tranquilo.
Não sei se resulta com toda a gente, mas comigo funciona. O ato de ir para a cama, aconchegar a almofada, no silêncio, no quentinho, agarrar num livro e ter uns bons minutos de prazer literário é efetivamente calmante.
Consegui voltar a dormir com livros em vez de adormecer contra os livros. Tem-me sabido muito bem!