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O cansaço das últimas semanas levou-me a procurar ainda mais conforto nos livros, e quando o estado é esse (cansaço) há uma tendência quase inconsciente de procurar terrenos literários mais tranquilos. Foi isso que me levou a pegar neste “Onde as Cores Têm Sabor” de Ricardo Tomaz Alves, autor do livro “O Desempregado” que li no ano passado.
Se pudesse fazer uma comparação gastronómica, diria que este livro foi uma espécie de sopa da mãe, ou da avó, aquela sopa que sabe e cheira a casa de tão aconchegante que consegue ser no estômago. Este pelo livro teve essa capacidade.
Não é uma história, elaborada, de enredo requintado, não tem personagens densas, e não tem um final surpreendente. Mas é uma história que puxa o sentimento, e isso, por si só, tornou-o um livro muito interessante.
O livro assenta quase exclusivamente numa conversa entre um avô e uma neta, na partilha de conhecimentos, de experiências, de ensinamentos durante uma pescaria. Os diálogos soam a real, os conselhos e recomendações também.
A verdade é que tenho muitos pontos de contacto com este livro, o avô (o meu) de quem muito me lembrei, de quem tenho tantas saudades, e que foi para mim muito do que este avô foi para a neta, as viagens referidas, muitas que também partilho, inclusive a apreciação aos locais visitados, e por fim, no que vou vendo nascer na relação entre o meu filho e o meu pai.
Um livro para ler, para recordar, para apreciar, para recuperar memórias. Uma sopinha quente e saborosa. Um aconchego nestes dias carregados de negrume.