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Ministério dos Livros

Um blog sobre livros e seus derivados

Novidade - "Poemas Dramáticos e Pictopoemas" de Mário Cesariny

14.12.20

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Mais sobre o livro aqui

Sinopse:

Poemas Dramáticos e Pictopoemas, de Mário Cesariny, é o volume que reúne o teatro, poemas dramáticos e pictopoemas do autor. Além das já conhecidas peças Consultório do Dr. Pena e do Dr. Pluma, Um Auto para Jerusalém, Titânia e o guião cinematográfico A Norma de Bellini, este livro inclui ainda três peças nunca antes publicadas em livro: Projecto de Rebelião, O Processo e Projecto não Terminado para Teatro Radiofónico. O prefácio é de Perfecto E. Cuadrado.

«Dizemos “poemas dramáticos”, e devemos assinalar duas questões prévias: que, afinal, e falando do autor Mário Cesariny, tudo nele era e é poesia, incluindo a “literatura” que Verlaine afastou para uma geografia diferente, e incluindo também (segunda questão) a pessoa e a personagem do autor, isto é, o actor Mário Cesariny, histrião maior da República que transformava o mundo à sua volta em palco universal para as suas encenações e representações, onde palavras, gestos, movimentos e silêncios reabilitavam para todos nós — espectadores e parte do sentido final do espectáculo — uma realidade que, à boa maneira pessoana, precisava dessa transmutação alquímica para ser definitiva e absolutamente real.
[...] Parafraseando André Breton: nem limites nem fronteiras no vasto território da Poesia, diverso e uno. Com essa ideia abrangente, decidimos organizar este volume dedicando a segunda parte às justaposições, conjunções, fusões e confusões da poesia plástica e da poesia verbal, da palavra e da imagem.» [do Prefácio]

Livros, pijamas e um jogo da Playstation

14.12.20

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Estamos no período do ano em que, por regra, se vendem mais livros, algo que depois, segundo a informação disponível, não se traduz num aumento do número de leitores e livros lidos.

O ano passado, mais ou mesmo por esta altura do ano, enquanto esperava numa longa fila para pagar do Continente do Colombo ouvi uma conversa entre duas senhoras idosas em que uma dizia para outra que não sabia o que havia de dar ao neto “Dá-lhe um livro, ou um pijama” dizia uma, “Um livro? Para isso dou-lhe um pijama, pelo menos ele isso usa”.

A ideia de colocar um livro e um pijama no mesmo patamar, com todos o respeito pelas avós, é um cenário que me entristece, mas que sei, repete-se muitas vezes. Não questiono a intenção e a usabilidade de um pijama, que já agora, não me importo nada de receber, mas custa-me ver o livro relegado para a ideia de quase bibelô que se oferece no natal, como uma jarra, umas peúgas, ou algo semelhante.

Não me interpretem mal, mas o livro deveria estar uns furos acima desta realidade. Um livro deveria estar na categoria dos “Presentes”, com letra maiúscula, algo que se oferece porque quem o faz tem uma verdadeira intenção de agradar, e porque sabe que quem recebe valoriza, espera por esse presente, e acolhe-o com algo verdadeiramente importante e desejado.

Bem sei que este é um cenário difícil pelo menos na maioria dos casos (acredito que seja uma realidade para muitos amentes de livros), mas custa-me ver o livro reduzido ou remetido ao lote de coisas que se oferecem quando não se sabe o que oferecer.

Ganham as vendas de livros, ganham em livraria e editoras, que este ano bem precisam, mas não ganham os livros nem os leitores. Sonho com o dia em que um livro tenha a mesma dimensão de um jogo para PlayStation.