Foram conhecidos na semana passada os candidatos finalistas do Grande Prémio de Romance e Novela APE/DGLAB.
“Um Bailarino na Batalha”, de Hélia Correia
“Ecologia”, de Joana Bértholo
“Um Muro no Meio do Caminho”, de Julieta Monginho
“O Invisível”, de Rui Lage
“Luanda, Lisboa, Paraíso”, de Djaimilia Pereira de Almeida
Confesso o meu quase total desconhecimento em relação a dois dos livros. Tenho em casa apenas “Um Muro no Meio do Caminho”, de Julieta Monginho cuja leitura tem sido adiada.
Fico com a nota para futuras leituras no campo da ficção.
Versão moderna de uma educação sentimental, Persona estabelece o confronto entre as exigências do corpo, a normatividade social e o policiamento do Estado durante os anos que precederam a descolonização.
«Persona, enquanto texto literário, é insólito, original, de grande qualidade literária, onde o tema das diferenças vai muito além do meramente sexual. Constitui-se de facto como um pequeno romance na medida em que cada um dos contos tem por herói a personagem de Afonso, apanhada em três momentos-chave da sua vida: aos 12, aos 18 e aos 22 anos. A cada idade corresponde a narrativa de uma forma de iniciação. Três etapas de um caminho em direcção à maturidade marcadas pelos encontros, pelos espaços: a escola, uma viagem ao deserto, a vida de guerreiro. Trata-se de um percurso de crescimento e, apesar da brevidade, os episódios revelam-no como a versão moderna de uma educação sentimental. O herói move-se na alta-burguesia, retrata-lhe os tiques e os podres, o discurso tanto mais elegante quanto escabroso, reproduz a snobeira de um distanciamento muito british.» (Helena Barbas, Expresso)