O editor da Editorial Caminho, Zeferino Coelho, foi homenageado na Feira do Livro de Leipzig e numa entrevista terá referido (segundo informação no DN) que a “retração no comércio de livros e na leitura” em Portugal é “muito preocupante”, não tendo solução “a curto prazo” e que “A solução básica é libertarmo-nos deste aperto financeiro em que estamos, porque as pessoas continuam com muito baixos rendimentos. É preciso ter dinheiro para comprar livros, é preciso termos a sensação de que temos dinheiro. Quanto temos essa sensação, vamos sempre um pouco mais longe nos nossos gastos e os livros fazem parte disso”,
Compreendo o argumento do senhor e concordo, mas apenas do ponto de vista de uma empresa que dedica a sua atividade à venda de livros novos. É verdade que o custo de um livro em relação ao salário médio é elevado, mas também é verdade que o acesso ao livro usado é hoje substancialmente superior ao que era no passado.
No passado, e em particular fora das grandes cidades onde havia livrarias de livros usados, quem queria ler ou comprava novo a preço de novo ou lia da biblioteca. Hoje para além dos livros permanentemente com descontos há ainda o mercado dos livros usados das plataformas eletrónicas como o OLX (só esta plataforma tem mais de 100 000 livros disponíveis).
Ler ou não ter tem a ver com o preço dos livros, mas na minha opinião tem muito menos do que teve no passado, e não o contrário. Do ponto de visto do leitor hoje há muito mais oportunidades para ler do que no passado. Haja vontade de ler!