Aquilo que eu leio é melhor do que aquilo que tu lês
Um dia destes assisti a uma discussão entre duas pessoas sobre preferências de leitura. A primeira criticava ferozmente a nova literatura erótica, nomeadamente os livros e E. L. James (50 Sombras de Grey) que a segunda dizia ter devorado. Dizia a primeira que esse tipo de livros não são literatura nem são nada, enquanto a segunda dizia que são histórias como quaisquer outras. O tom da primeira era claramente jocoso e de inferiorização da segunda e o massacre durou até a segunda pessoa desistir e ir à vida dela.
No contexto da discussão a primeira pessoa nunca mencionou o seu tipo de leituras, mas mais tarde no dia pude verificar que tinha consigo o livro “Engenhos Mortíferos” de Philip Reeve, um livro que se insere no campo do fantástico.
Hoje em dia há literatura que chegue para preencher os gostos de toda a gente, e muito honestamente, não percebo atitudes como a referida acima. Quem é esta pessoa para julgar alguém por ler as “50 sombras”, quando lê um género literário que também não é da linha dita tradicional?
Há livros que eu sei que nunca vou ler, porque não me interessam minimamente, mas embora não perceba a 100% a atração que outras pessoas possam ter por esses livros, entendo que são gostos e obviamente respeito. Não entro no campo do “aquilo que eu leio é melhor do que aquilo que tu lês”.
Todos temos a nossa opinião sobre o facto de haver por aí literatura boa e literatura má, mas também é verdade que esta avaliação depende sempre do ponto de vista do utilizador, é subjetivo. E a verdade é que mais vale ler, seja lá o que for, do que não ler. Se a pessoa sente gozo no que está a ler o primeiro objetivo da leitura está cumprido. É sempre preferível a não ler nada.