Ainda sobre o livro "21 Lições Para o Século XXI"
Em matéria de livros, como em qualquer outra, cada um é livre de pensar e escrever o que entender, no entanto acho curiosa a forma como algumas pessoas (os clamados críticos de livros) sobre tema livros que, acredito, não entenderam verdadeiramente.
No caso em concreto refiro-me a uma crítica que li no Observador sobre o livro “21 lições para o século XXI” de Yuval Noah Harari.
Conforme tive oportunidade de escrever aqui não considero que o livro seja tão bom como “Homo Deus” no que diz respeito às ideias que reproduz mas é um livro com um conteúdo muito interessante, nem sempre fácil e naturalmente muito especulativo porque estamos a falar do futuro e o próprio autor faz questão de o afirmar.
Aquilo que acho extraordinário é ver alguém que aparentando estar sentado num pedestal faz uma crítica a um individuo que, gostemos ou não, é um pensador, alguém tremendamente inteligente que inclusive é ouvido por pessoas sem qualquer importância como Bill Gates por exemplo.
É obvio que podemos discordar do que o autor escreve, podemos ter ideia diferentes, mas quando estamos perante um livro sobre o futuro o dito crítico parece querer fazer valer a ideia de que o autor devia ter todas as respostas como se tivesse uma bola de cristal.
A crítica a este livro releva um mal que vai grassando na nossa sociedade: eu não tenho ideias sobre nada, não desenvolvo teorias sobre nada, não me dou au trabalho de ter ideias próprias, mas estou sempre disponível para destruir as dos outros. Tão fácil e tão cómodo.
Como alguém um dia escreveu: “Não devemos dar demasiada atenção ao que os críticos dizem. Nunca foi erguida uma estátua em honra de um crítico.”
Note-se que o que é referido são os críticos e não as criticas. São realidades bem diferentes.