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Ministério dos Livros

Um blog sobre livros e seus derivados

Novidade - "Origami" de José Gardeazabal

12.09.24

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Mais sobre o livro AQUI

Sinopse:

Neste romance, somos conduzidos por caminhos que divergem, que se cruzam e voltam a separar-se, e que confluem num território partilhado entre narrador e leitor, como num jogo de espelhos: Origami é uma história de família e de desencontros emocionais, ao mesmo tempo que é a narrativa de autodescoberta de um rapaz em busca de si mesmo e do seu lugar, numa trama que se desdobra ainda em retrato social, em crónica da contemporaneidade, em quebra-cabeças de um crime, em radiografia do fim dos tempos.

Servindo-se do tom despojado a que o autor nos vem habituando — ora ácido, ora melancólico —, Origami fala-nos da solidão acompanhada, essa grande doença do século, mas também nos confronta com o incomensurável drama coletivo das migrações. Pelo meio, há um misterioso homicídio para resolver. Ao dirigir a luz para lugares quase sempre cheios de sombra, este é um livro inesperadamente libertador.

Excertos
«Monto o origami de um avião. Eu sou o avião de papel, o meu próprio corpo papel. Os braços são importantes porque são as asas. Quando a dor aperta, faço um origami de mim mesmo. […] Desta vez deitei-me no chão, pernas e braços em ângulo agudo, os cotovelos e os joelhos no chão, os pés no ar eram a cauda branca do avião. Estou descalço e esbracejo, as mãos imitam pássaros feridos. Com asas e cauda, sou quase todo avião. Tento espalmar-me no chão, fininho, feito japonês. Não consigo, afinal sou criança, não folha de papel.»

Leitura - "Elefante na Sala" de Joana Marques

12.09.24

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Há aproximadamente dois anos li e registei aqui o meu comentário sobre o anterior livro de Joana Marques , “Apontar é Feio” referindo o seguinte:

“Joana Marques faz nas crónicas que constituem este livro (sobre os mais variados temas) o que tão bem costuma fazer na Renascença do programa “Extremamente Desagradável”: descasca a realidade, brinca por vezes dizendo verdades e, acima de tudo, consegue divertir quem lê.

Um excelente livro de um dos valores cada vez mais seguros da comédia em Portugal. Vale a pena ler, e como já tive oportunidade de registar aqui no blog esta semana, é uma excelente opção para leitura de férias. “

Tendo em conta o encontrei neste “Elefante na Sala”, considerando que também estamos (ainda) em tempo de férias, não me ocorre nada melhor que não seja repetir o comentário. Integralmente. Leiam, levem para férias e riam-se sobre coisas, em muitos casos, sérias.

Novidade - "Cibersegurança" de Pedro Veiga

11.09.24

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Sinopse:

123456? Madonna? Ronaldo? Dia e mês da data de nascimento? Não - estes são códigos demasiado usados. Ler e responder a mensagens no smartphone sem ponderação dos riscos? Não. Instalar apps só porque ouviu dizer que são giras? Não. Autorizar todos os cookies ao entrar num site ou ao descarregar uma aplicação? Não.

Smishing, Phishing, Ramsomware, DDoS são neologismos para designar alguns dos ataques mais frequentes que exploram as fragilidades de sistemas digitais. Este ensaio explica a importância da cibersegurança, aborda problemas concretos e dá conselhos práticos. Dada a preocupante dependência, e sequente necessidade de proteção, da nossa sociedade nas tecnologias digitais, os cidadãos e as empresas têm de estar mais alerta para as armadilhas que alimentam a criminalidade no mundo digital.

Os portugueses e os livros: o que diz o mais recente estudo

11.09.24

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Foi conhecido na semana passada o mais recente estudo sobre o mundo dos livros em Portugal.

Alguns dados que vale a pena registar:

- o mercado livreiro cresceu 7% em 2023 face a valores do ano anterior;

- 65% dos portugueses compraram livros em 2023, mais 3% que em 2022.

- a faixa etária que mais compra é faixa ente os 25 e os 34 anos.

- 93% dos leitores continuam a preferir os livros em papel, apenas 17% refere ler livros em formato digital.

- 7 em cada 10 portugueses referiram ter hábitos de leitura e leem em média 5 a 6 livros por ano.

São número no geral animadores. Gostaria muito que representassem de facto a realidade. Não questiono minimamente os dados, mas tenho as minhas dúvidas sobre alguns números. Espero estar redondamente enganado.

Novidade - "A Selva Dentro de Casa" de Possidónio Cachapa

10.09.24

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Sinopse:

Com um forte pendor autobiográfico, A Selva Dentro de Casa conta-nos, pela voz de uma criança, a história de um homem jovem que é enviado para a guerra em África deixando o sobrinho enredado na sua selva pessoal. Enquanto o tio e a lembrança dos dias felizes o abandonam, esta criança-narrador enfrenta o desafio de sobreviver num país marcado por outras formas de violência, a começar pela que existe no seio da sua própria família. O medo e os perigos estendem-se muito para lá das ervas altas e do rugir dos animais selvagens… a selva pode encontrar-se até mesmo dentro de casa.

Partindo da experiência pessoal do tio do autor, este romance procura ir mais além, tentando iluminar o mistério do que se passou com milhares de jovens portugueses arrancados às suas casas e atirados para um continente desconhecido, na tentativa de salvar o que restava do sonho de um império. Os que sobreviveram regressaram diferentes, com a selva dentro de si, e passaram o resto das suas vidas a tentar recuperar a pessoa que um dia foram. Mas nem as famílias nem as noivas que os aguardavam sabiam como receber alguém transformado pela violência da guerra.

Ao dar voz ao que esses homens nunca conseguiram verbalizar, esta narrativa pode contribuir para que se compreendam as causas do trauma. E, talvez, ajudar as famílias que sofreram os danos colaterais desse conflito a encontrar alguma paz nessa reconciliação com a sua presença ou memória.

Emocionante e repleto de ternura, A Selva Dentro de Casa é um romance que nos prende até à última página e que confirma a voz especial e única de um grande escritor.

Leitura - "A Casa Holandesa" de Ann Patchett

10.09.24

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Durante os primeiros dois ou três capítulos disse em casa muitas vezes que não entendia como aquela história podia ter sido finalista de um Pulitzer. Não via onde ia dar e a escrita – cheguei a dizer – não me parecia isso tudo. Depois, a dada altura, não sei precisar bem qual, fiquei de tal forma agarrada à história e – ironicamente – à escrita, que não conseguia pousar o livro.

Danny e Maeve são agora pessoas que conheci.

As pessoas são, mais do que a sua essência, as histórias das suas vidas.

Novidade - "Triste Tigre" de Neige Sinno

09.09.24

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A memória é vívida, mas essa memória tingiu todas as outras imagens, todos os acontecimentos, a vida. Neige Sinno teria sete ou nove anos - a cronologia exata, essa, também está turva - quando o padrasto começou a abusar dela. No corpo de Neige, em tudo o que é matéria ou espírito da mulher que se tornou, a memória exata do abuso permanece. Calada, aos 19 anos, decide quebrar o silêncio, denuncia o agressor, passa pelo julgamento público, sai de França, depois da condenação. E, depois, há este livro, que não queria escrever. E, depois, há o passado que a alcança - e a certeza de que é preciso fazê-lo.

Este livro não é a história de uma criança que foi abusada; é a procura incessante e obstinada de Neige para encontrar a verdade sem adornos, por conseguir ouvir a sua voz real, por no-la fazer escutar, sem esquecimento, sem perdão, sem resiliência. Neste lugar de intimidade, onde só ela e nós habitamos, não há Lolitas, não há reparação de danos, não há a retórica da vítima.

Em Triste Tigre - que Annie Ernaux disse ser o livro mais poderoso e profundo que alguma vez leu sobre uma criança devastada por um adulto -, há palavras exatas, há ternura, há violência, há a urgência de testemunhar coletivamente. Porque, no silêncio e na solidão, o abuso acontece, mas o espaço físico que ocupa é o do resto da vida, e a sua dimensão negra torna-se um duplo que se sobrepõe a tudo.

Dialogando com os grandes nomes da literatura que mergulharam nesta dimensão, Neige Sinno escreveu um dos mais extraordinários, inclassificáveis e premiados livros dos últimos anos.

Críticas
«Ler este livro é como cair num abismo de olhos abertos. Percebemos o que é ver, realmente ver, e não apenas olhar.»
«O livro mais poderoso e profundo que alguma vez li.»
Annie Ernaux (Prémio Nobel da Literatura)

 

Críticas de imprensa
«Tão sensível quanto brutal, este livro, um verdadeiro gesto literário, é de uma inteligência fora de série. Tem de ter muitos e muitos leitores.»
L’Obs

«Neige Sinno conseguiu um milagre: encontrou o tom para tornar este livro uma mistura perfeita de delicadeza, violência, emoção. Um texto destes é raríssimo, também por ser tão humano, tão verdadeiro.»
Le Point

«Sem poesia ou voyeurismo, Neige Sinno escreve sobre incesto. Podia ter descrito o violador no seu quarto, os seus gestos, a violência. Mas não foi isso que escolheu fazer. Este livro é exatamente o que tinha de ser.»
Le Figaro

«Impressionante e de grande profundidade, este livro alterna entre doçura, tormento, pacificação, raiva.»
Télérama

Ouvido numa Livraria - livros e cigarros

09.09.24

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Conversa entre duas amigas enquanto uma delas esperava para levantar os livros de uma criança, filha, pelo que percebi.

(Não apanhei o início da conversa)

- Toda agente quer que se leia mais… o Estado quer que as pessoas leiam mais…  se é assim o estado devia fazer com que os livros fossem de borla!

- De borla? Se calhar estás a exagerar não?

- Nada disso!

- Tu se os livros fossem à borla lias?

(Pausa)…. – Olha, não sei, o que sei é que os livros são caríssimos!

- Um livro custa 3 maços de tabaco dos teus!

- Se calhar… mas eu posso passar meses sem ler na boa, mas não me vejo a passar um dia sem fumar!  

- Pois… assim é difícil de facto… se calhar era melhor que fossem antes os cigarros de borla… talvez te sobrasse dinheiro para um livro ou outro…

Novidade - "Napoleão - Volume 2" de Tulard, Fabrizio Fiorentino e Simsolo

08.09.24

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Sinopse:

Como pôde um pequeno militar corso tornar-se Napoleão I, imperador dos Franceses, entre 1804 e 1815? Sucessivamente general, cônsul e imperador, este ambicioso filho do Ancien Régime, formado na República, foi um reformador sem tempo a perder, o fundador do Estado moderno e o génio militar que subjugou, durante algum tempo, as monarquias europeias.

O apogeu da gesta napoleónica encontra-se no coração deste segundo volume, encravada entre o regresso do Egito e o casamento com a arquiduquesa Maria Luísa da Áustria.